Correio da ManhãCardiologia - Estenose afecta idosos portugueses
Nova técnica dá esperança de vida
O implante percutâneo da válvula aórtica é uma técnica de tratamento para doentes cardíacos de alto risco que, segundo um estudo apresentado este mês no Congresso Português de Cardiologia, em Lisboa, aumenta a esperança média de vida e reduz o número de hospitalizações, quando comparada com o tratamento mais usual, com recursos a medicamentos. Os resultados do estudo indicam que esta técnica está associada a um ganho de 1,67 anos.
A técnica dirige-se a doentes com estenose aórtica, doença que se caracteriza pelo aperto da válvula aórtica, cuja função é evitar que o sangue bombeado pelo coração volte para trás. Em Portugal, uma em cada 15 pessoas com mais de 80 anos sofre desta doença.
Segundo o cirurgião Rui Teles, do Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, e investigador principal do estudo Optar, quando existe este estrangulamento o sangue passa com dificuldade, provocando, por exemplo, cansaço, dor no peito e desmaios.
Até há cinco anos, estes doentes só tinham duas soluções: ou eram operados ou passavam a vida a tomar medicamentos que em nada melhoravam os sintomas.
"Os sintomas vão-se agravando devido à exaustão cardíaca e podem conduzir à morte", revela o especialista Rui Teles, sublinhando que metade dos doentes morre nos dois primeiros anos.
Por isso, o implante percutâneo da válvula aórtica (TAVI) em doentes de alto risco cirúrgico é a solução mais recente para o tratamento da estenose aórtica grave. Trata-se, segundo Rui Teles, de uma técnica que permite a implantação da válvula aórtica por um orifício muito pequeno, através da própria circulação do doente. "Consegue-se posicionar uma prótese valvular no local da que estava entupida, retomando o funcionamento normal do coração", explica o médico. A técnica permite chegar ao coração através da virilha ou da axila, sem abrir a caixa torácica. É feita com recurso a anestesia local.
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