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Cancro da mama

Criopreservação pode salvar fertilidade das mulheres

As mulheres jovens que sofram de cancro podem salvar a sua fertilidade antes de iniciar o tratamento de quimioterapia através da criopreservação do tecido ovárico, um método que congela o óvulo até ao dia em que deseja engravidar.

À margem do VII Congresso de Senologia, que está a decorrer no Algarve, o médico Carlos Oliveira explicou à Lusa que as jovens mulheres, e até mesmo as adolescentes que sofram de cancro da mama ou outro cancro, podem proteger a sua capacidade de engravidar através de um método que começou a ser realizado recentemente na Universidade de Coimbra.

O método chama-se "criopreservação do tecido ovárico" e é uma possibilidade para as mulheres mais jovens que têm de ser submetidas a quimioterapia, salvando o seu poder de engravidar, explicou Carlos Oliveira.

Segundo aquele especialista, as mulheres que fazem quimioterapia correm o risco de fazerem "uma menopausa precoce" e "consequentemente uma esterilidade", ou seja os ovários não funcionarem e no futuro não poderem ter filhos.

Para salvar a fertilidade dessas jovens mulheres que têm cancro da mama ou mesmo jovens na ordem dos 18 ou 20 anos que têm linfomas ou outra patologia maligna, o médico refere que a criopreservação de tecido ovárico é uma forma de preservar a fertilidade futura.

A criopreservação do tecido ovárico faz-se antes da mulher iniciar a quimioterapia.

A mulher é sujeira a uma laparotomia (operação cirúrgica para abertura da cavidade abdominal), depois com uma pinça são retirados alguns "bocados de ovário" e esse ovário é congelado e fica "guardado até ao momento que a mulher pretenda engravidar", explicou o médico.

Depois da quimioterapia e caso os ovários não funcionem, "temos o ovário dessa mulher em condições de poder ser transplantado, onde depois é colocado ou na cavidade pélvica ou no tecido celular subcutâneo.

O tecido é estimulado, é colhido o ovócito e fecundado com as técnicas de procriação medicamente assistidas para a mulher engravidar, explicou Carlos Oliveira.

Esta técnica para salvar a fertilidade destina-se principalmente a mulheres com menos de 35 anos, que correspondem a cerca de 3% do número total de cancros de mama diagnosticados. No entanto, 25% das mulheres com cancro de mama têm menos de 50 anos, idade ainda fértil.

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