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Coimbra

Simulação do fluxo sanguíneo premiada pela Gulbenkian

por Lusa

Simulação do fluxo sanguíneo premiada pela Gulbenkian

Um programa de computador que simula o fluxo sanguíneo em artérias, constituindo uma ferramenta de apoio ao diagnóstico e terapêutica de doenças cardiovasculares, foi premiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, disse hoje fonte da Universidade de Coimbra.

O galardão, no valor de 12,5 mil euros, foi atribuído a Gonçalo Pena, investigador do Centro de Matemática (CMUC) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), ao abrigo do Programa de Estímulo à Investigação daquela fundação.

O novo programa permite "reproduzir o fluxo sanguíneo e a sua interacção com as artérias", possibilitando "simular o funcionamento de um sistema biológico altamente complexo", referiu Gonçalo Pena.

Como futura aplicação prática do software, aponta a possibilidade de os clínicos virem a planear terapêuticas a doentes com patologias do foro vascular -- aterosclerose, aneurismas e obstruções arteriais - "ou mesmo uma cirurgia".

"A plataforma permite testar abordagens que possam ser mais adequadas às características de cada doente. Permite criar um laboratório no computador, onde é possível simular experiências clínicas sem qualquer perigo para o doente", adiantou.

A investigação do CMUC/FCTUC está a ser desenvolvida em colaboração com a universidade Joseph Fourier e o hospital La Tronche (Grenoble, França) e a verba do prémio atribuído pela Fundação Gulbenkian vai ser aplicada na criação de uma plataforma tridimensional (3D) de simulação de artérias.

"Os modelos existentes são apenas bidimensionais. Vamos criar uma plataforma em 3D que possa incorporar, depois, dados dos doentes e das artérias dos doentes", disse Gonçalo Pena.

O investigador estima um horizonte temporal "de um a dois anos" para o desenvolvimento a três dimensões do simulador.

Já a utilização corrente só deverá ocorrer "a longo prazo", implicando, entre outros aspectos, que o software seja desenvolvido "a um nível que possa ser usado por outras pessoas, que não académicos", explicou.

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