Unidos pelo romantismo

Primeiro encontro gótico do Porto animou Pavilhão Rosa Mota. Aberto a quem queira perceber
IVETE CARNEIRO

A mentalidade gótica não é tão negra quanto se julga. Diz Marlene. O preto é só uma protecção, um luto pela perda de valores do romantismo. Diz Sérgio. São góticos. Críticos da sociedade. Juntaram-se a muitos outros, ontem, sábado, no primeiro Encontro Gótico do Porto.

Liliana faz arte em metal. No folheto de apresentação da obra que expôs no encontro do Palácio de Cristal, tem um código de barras. É para alertar contra os rótulos com que são estigmatizados os que são diferentes. "Não somos mercadoria. Somos humanos". Com uma forma própria de estar na vida e na sociedade: de luto por ela ter esquecido valores como a cordialidade, a simpatia, o respeito, o espírito de ajuda. Diz Sérgio. Pela não-violência.

Mas tudo isso contrasta com a agressividade da imagem, não? Sim. A imagem é isso mesmo. A crítica, sob a forma de arte. De rótulo. Mas um rótulo que não é o que "as pessoas" percebem. "Associam-nos muitas vezes a satanismo, a movimentos mais negros da religião". Diz Liliana. E é "tudo falso". Mesmo que cultivem o lado negro das coisas. Da roupa e não só. Dos espaços. Como aquelas ruas abandonadas do Porto que Liliana, outra, fotografa. Lugares onde, antes de haver espaços góticos, os góticos e subgéneros se juntavam para sentar-se e dar à letra. Só. Romantismo.

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