PÚBLICO

Portugal é um dos países com melhores taxas de transplantação de órgãos

O médico de Coimbra que faz com que todas as mortes sejam aproveitadas

Por Catarina Gomes

Aos coordenadores de doação pede-se que sejam combativos e diplomatas, mas Almeida e Sousa é mais que isso. O serviço que dirigiu nos últimos dois anos é líder na doação de órgãos no país.
Quando João Paulo Almeida e Sousa foi nomeado coordenador hospitalar de doação nos Hospitais da Universidade de Coimbra, passando a ser um dos 44 médicos no país que ocupam o cargo, não lhe atribuíram nem um gabinete, nem uma secretária, nem um funcionário para lhe atender os telefonemas.

Deram-lhe um telemóvel para estar contactável e pediram-lhe que fizesse o que sempre faz: que continuasse a assegurar os seus turnos como especialista em Medicina Intensiva e que, ao mesmo tempo, desenvolvesse um trabalho que se faz em movimento e acontece em corredores, elevadores, no refeitório, na forma como informalmente aborda colegas de sempre e lhes pergunta: "Então pá, não tem havido nenhum caso?". Trabalha ali há 21 anos.

Portugal criou pela primeira vez em 2008 o cargo de coordenador hospitalar de doação, imitando o figurino de Espanha - o país que está no topo mundial dos transplantes, com 34,4 dadores por milhão de habitantes. E, no ano passado, pela primeira vez, Portugal conseguiu ultrapassar os 31 dadores por milhão de habitantes, o que coloca o país em segundo lugar em termos mundiais. Na Zona Centro, chegou-se mesmo aos 42,7 dadores por milhão de habitantes.

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