DN Estudo
Música romântica é arma de sedução poderosa

por PEDRO VILELA MARQUES

Música romântica é arma de sedução poderosa

Mulheres ficam mais sensíveis aos avanços masculinos depois de ouvirem baladas.

"Linda, linda, esta balada que te dou." Nunca a canção de Armando Gama fez tanto sentido como agora, em que um estudo de três investigadores franceses, publicado na revista Psicologia da Música, demonstra que as mulheres são mais susceptíveis a marcar um encontro depois de ouvirem músicas românticas.

Muitas investigações já revelavam que videojogos ou músicas com letras violentas podem levar a comportamentos agressivos. Mas Nicolas Guéguen e Céline Jacob, da Universidade Bretagne-Sud, juntamente com Lubomir Lamy, de Paris-Sud, decidiram inverter a questão: as baladas terão efeito sobre quem as ouve?

Para responder à pergunta, os investigadores - que já tinham demonstrado os efeitos de música romântica sobre consumidores em floristas - decidiram testar letras românticas em mulheres entre os 18 e os 20 anos. Para tal, escolheram duas músicas, a romântica Je l'áime à mourir, de Francis Cabrel, e outra neutra, L'heure du thé, de Vincent Delerm. Depois pediram a um grupo de mulheres extra estudo para escolherem doze homens que considerassem atractivos, de onde saiu o eleito para servir de "engodo".

Encontrados os actores e a banda sonora, faltava apenas montar o cenário. Os investigadores colocaram 87 mulheres em salas de espera com música ambiente, antes de entrarem para um estudo de mercado falso, onde iam debater com o jovem escolhido no casting a qualidade de dois alimentos diferentes. Assim que a reunião começava, a moderadora ausentava-se durante uns minutos e deixava o actor fazer o seu papel. "Como já sabes, o meu nome é Antoine. Acho que és muito bonita e estava aqui a pensar se não querias dar-me o teu número de telefone, para falarmos mais tarde e combinarmos um copo para esta semana..."

Comovidas pela música romântica, mais de metade das mulheres (52%) que ouviram Cabrel minutos antes deram o número de telefone ao falso galã, enquanto pouco mais de um quarto (28%) das que ficaram na sala com música ambiente neutra cederam. "Os nossos resultados confirmam que os efeitos da exposição a diferentes conteúdos mediáticos não se limitam à apetência pela violência e podem influenciar um grande leque de comportamentos", conclui Nicolas Guéguen.

Comentários

Mensagens populares deste blogue