i Nutrição

Beterraba crua, cavala e massa. A ciência descobriu a dieta perfeita

por Marta F. Reis
O maior estudo europeu sobre regimes alimentares para prevenir a obesidade identificou a dieta com melhores resultados.
  • Uma pesquisa por "dieta" na secção de livros da Amazon dá 1668 resultados em português/espanhol e 58 920 se quiser inspirar-se na sabedoria inglesa. Se fizer uma ronda pelas pessoas mais próximas talvez ainda apareçam mais algumas dicas - ultimamente a "dieta dez" é das mais faladas, mas seja qual for a eleita a conversa tende a terminar co m um "acredita, resulta". Investigadores da Universidade de Copenhaga põem esta semana um ponto final na corrida ao regime perfeito para perder peso. A recomendação tem muito pouco de esotérico e na ementa que dão como exemplo talvez só seja preciso substituir a "cavala em tomatada", decerto mais convidativa na Dinamarca de Thomas Larsen, especialista em nutrição e autor do estudo publicado no "New England Journal of Medicine".

    As chamadas "dietas hype", diz ao i o investigador, vão continuar a surgir todos os dias. "Umas vão ser boas, outras más." Mas os resultados obtidos com 772 famílias europeias, que participaram no estudo Diogenes, permitem um conselho robusto e intemporal. Muitas proteínas e alimentos com baixo índice glicémico contribuem para o peso certo, sem ter de passar fome ou contar calorias. O desafio é tão simples como deixar de comer pão branco e aderir à massa integral e, segundo os investigadores, poderá comer até lhe apetecer. Apesar de a amostra ser a maior de sempre, os resultados reflectem apenas seis meses. Era algo já relativamente consensual, explica Larsen, que as dietas que apostavam mais nas proteínas do que nos hidratos de carbono têm mais sucesso. A principal novidade é a importância de alimentos com baixo índice glicémico na fase da manutenção, para muitos a mais difícil.

    O estudo O objectivo do estudo desenvolvido pelo grupo de Thomas Larsen era comparar as diferentes recomendações europeias no combate à obesidade com as novidades científicas na área da regulação do apetite. A ideia de envolver famílias tinha dois objectivos: perceber qual o regime que funciona melhor nos adultos (938 no total) e ver qual o impacto nas crianças (827).

    Aos adultos foi pedido que seguissem um regime de 800 calorias diárias (o valor normal está entre as 1000 e as 1500). Passadas oito semanas, tinham perdido em média 11 quilos e seguiu-se a fase mais importante: perceber que dieta prolongaria melhor os resultados, tendo pela frente um período de seis meses. O artigo na revista médica mostra que o regime rico em proteínas e baixo índice glicémico (um bom auxiliar pode ser adicionar nos favoritos a tabela de composição de alimentos do Instituto Nacional de Alimentos Dr. Ricardo Jorge) conseguiu não só ser mais eficaz como teve menos desistentes. No final dos seis meses, todos os participantes ganharam em média meio quilo, mas os que se mantiveram em regimes ricos em hidratos de carbono tiveram os piores resultados: recuperaram em média o triplo do peso. Nas crianças, os resultados foram ainda mais visíveis. No início do estudo, 45% tinha excesso de peso. Nas famílias em que se seguiu a dieta perfeita houve um decréscimo de 15% nos casos de excesso de peso.

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