SOL
Rússia reconhece massacre de Katyn

Nuno Escobar de Lima

O Parlamento russo aprovou hoje uma condenação ao massacre de Katyn, que vitimou cerca de 22 mil polacos em 1940. Após debate tenso, a Duma apelou ao «início de uma nova fase nas relações com a Polónia», que se espera baseada nos valores democráticos.

Setenta anos depois de Estaline ter dado a ordem de executar os polacos concentrados em Katyn, o Partido Comunista russo continua a não reconhecer a culpa soviética, mantendo a teoria defendida por Estaline de que os crimes teriam sido cometidos pelos nazis que invadiram a região em 1941. Antes da votação, o partido voltou a defender que o massacre de Katyn é «um dos maiores mitos do século XX».

Mais de 20 mil polacos foram executados nesta região do Sul da Rússia, incluindo cerca de oito mil militares conduzidos pelas forças soviéticas para Katyn. Já este ano, no dia 10 de Abril, o Presidente polaco Lech Kaczynski faleceu na sequência da queda do avião onde viajava para Katyn, onde iria assinalar os 70 anos do massacre.

«O crime de Katyn foi cometido por oficiais soviéticos após ordens directas de Estaline», diz a primeira frase da declaração aprovada hoje na Duma, que reconhece ainda que durante décadas o país tentou atribuir a autoria do crime ao regime nazi.

Este passo histórico do Parlamento russo irá certamente contribuir para o estreitar de relações entre Moscovo e Varsóvia numa altura em que Dmitri Medvedev se prepara para visitar a Polónia.


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