SOL

Call center do BES invadido

Frederico Pinheiro

«Precários nos querem, rebeldes nos terão», é o slogan de guerra dos Precários Inflexíveis (PI), o movimento social que ontem invadiu um call center do Banco Espírito Santo (BES) para apelar à Greve Geral.

A acção foi levada a cabo por seis elementos do PI que no edifício abriram uma faixa de protesto onde se lia: «Não pisem mais o precário, Greve Geral dia 24 de Novembro».

Durante a acção, os responsáveis pelo call center tentaram retirar o megafone da mão de um dos elementos que apelava à Greve Geral do dia 24 de Novembro. Entretanto, os restantes elementos distribuíram panfletos junto dos trabalhadores.

«Os trabalhadores e trabalhadoras dos call centers estão entre os mais explorados e mais chantageados. São policiados no seu local de trabalho, forçados a ritmos de trabalho desumanos, pressionados permanentemente, sem quaisquer condições ou direitos, com elevada rotatividade e salários muito baixos. O trabalho nos call centers é um exemplo flagrante de um modelo que se tenta impor e ameaça o conjunto da classe trabalhadora», lê-se no comunicado enviado à redacção do SOL.

Os call centers são conhecidos pelo facto de darem maior flexibilidade ao trabalho das empresas, pois permitem a subcontratação de serviços como as vendas telefónicas ou o atendimento telefónico ao cliente. No entanto, muitos dos trabalhadores conseguem obter apenas contratos a termo certo através dos quais são sujeitos a objectivos. Caso não os atinjam, dificilmente vêem o seu vínculo renovado.

«Procurámos, com este contacto no próprio local de trabalho, furar o muro de silêncio que deixa os direitos mais básicos à porta dos call centers», explica o PI.

Para além do BES, empresas como a Portugal Telecom ou a Segurança Social recorrem igualmente a este tipo de serviços.

Comentários

Mensagens populares deste blogue