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Itália vota contra nuclear e imunidade penal de ministros

Pelo menos 57% dos italianos participaram ontem e hoje nos referendos sobre o uso da energia nuclear, a privatização do serviço de água e a imunidade penal para ministros. Um número recorde que valida as consultas e representa um duro golpe para Berlusconi.

Segundo os dados oficiais e após o apuramento em metade dos municípios, 57% dos italianos compareceram às urnas. Desde 1995 nenhuma consulta popular havia superado a marca de 50% mais um voto necessária para ser considerada válida.

Com o apuramento ainda no início, os dados indicam que mais de 90% dos italianos estão favoráveis a uma alteração na lei para impedir a energia nuclear no país.

“Após a decisão que o povo italiano tomou neste momento, temos provavelmente de dizer adeus à possibilidade de termos centrais nucleares e temos de nos comprometer fortemente com energias renováveis”, afirmou o primeiro-ministro italiano.

O referendo nuclear foi convocado para derrubar a lei que introduzia a energia atómica, uma das propostas emblemáticas do governo de direita.

A oposição de esquerda incentivou os italianos a comparecerem às urnas para tentar dar uma segunda derrota eleitoral ao chefe de Governo, após um duro revés sofrido há 15 dias nas eleições municipais ao perder a Câmara de Milão, um dos seus redutos.

Berlusconi, actualmente envolvido em três casos judiciais – corrupção de testemunha, fraude fiscal, prostituição de menor e abuso de poder – teme o fim da imunidade da lei de Legítimo Impedimento, que permite ao primeiro-ministro recorrer a compromissos oficiais para não comparecer à justiça.

De acordo com os resultados, os italianos também votaram a favor da alteração desta lei. Os italianos negaram ainda a privatização dos serviços de água.

Quase 50 milhões de italianos estavam registrados para votar e tentar derrubar três leis: a que autoriza a energia nuclear, a lei de Legítimo Impedimento e a privatização do sector da água.

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