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Acção popular para sinistro de superpolícia

Acção popular para sinistro de superpolícia

A Associação de Cidadãos Auto- -Mobilizados (ACA-M) receia que o inquérito que o Ministério Público (MP) abriu no sentido de se investigar o acidente de viação que a 27 de Novembro envolveu o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Mário Mendes, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, seja arquivado. Por isso, reclamou o direito a uma acção popular e vai constituir-se assistente no processo de averiguação criminal.

"Não queremos fazer com que este caso seja exemplar, mas, a pretexto dele, alterar a cultura estabelecida de que detentores de cargos públicos possam ter práticas rodoviárias que são atentórias para os restantes cidadãos", afirmou ao DN Manuel João Ramos, responsável pela ACA-M.

A PSP arquivou o processo com a justificação de que o acidente se tratou de um crime particular e não público, não existindo também qualquer queixa por parte dos intervenientes. A associação diz que está em causa uma infracção rodoviária e que se trata de um crime público. Manuel João Ramos relembra que o Audi A4 onde seguiam Mário Mendes e o intendente Paulo Lucas descia a Avenida da Liberdade a mais de 130 km/hora, e que passou um sinal vermelho e embateu num BMW do presidente da Assembleia da República, Jaime Gama (onde só seguia o motorista).

"A ideia com que ficamos é que agora o MP abre o inquérito para ser fechado, esvaziando-se um bocado o balão com o facto de o caso ser esquecido pela comunicação social", diz Manuel João Ramos. Por isso, reclamam a acção popular, sendo a atitude da ACA-M histórica porque nunca a legislação que regula esta matéria foi alguma vez utilizada para casos deste tipo.

"O nosso objectivo não é responsabilizar, culpar ou denegrir o nome de alguém, até porque o magistrado Mário Mendes foi a vítima mais grave deste acidente. Queremos é uma mudança cultural", sublinha o responsável.

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