Correio da Manhã

Hiperplasia - maioria dos pacientes não apresenta sintomas

Doença da próstata tratada com botox

Se há grande probabilidade de uma doença afectar todos os homens, essa é a hiperplasia benigna da próstata (HBP). Caracterizada pelo aumento do volume da glândula, que afecta a uretra e causa obstrução ao fluxo urinário, manifesta-se a partir dos 50 anos. Apesar de a maioria dos pacientes não apresentar sintomas, há várias terapêuticas. O Hospital de São João, no Porto, está a desenvolver um tratamento experimental que consiste na injecção de botox.

Por:Ana Sofia Coelho

A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino situada na parte inferior da bexiga e que tem no seu interior a uretra (por onde é eliminada a urina). Quando a próstata cresce, devido à idade do homem e aos níveis inadequados de testosterona, altera a forma da uretra prostática, cujo tubo se torna mais estreito.

Isso resulta, numa primeira fase, em sintomas como jacto urinário mais fraco e micção mais prolongada e lenta. Numa segunda fase, quando altera o funcionamento da bexiga, o homem passa a urinar muitas vezes ao longo do dia e da noite. Para 75% dos homens, que não apresentam sintomas, a doença só precisa de ser vigiada. Os restantes podem ser tratados com medicação e cirurgia. Mas agora há uma terapêutica intermédia, com o tratamento de injecção de botox.

"Começámos há três anos e já foram tratados cinquenta doentes. Com uma injecção atrasamos em dois anos a cirurgia em dois terços dos casos", explicou ao Correio da Manhã o director do serviço de Urologia do São João, Francisco Cruz. O tratamento ainda está em fase de aprovação.

INVESTIGAÇÃO INOVADORA A NÍVEL MUNDIAL

A aplicação da toxina botulínica (botox) na próstata, para tratar a hiperplasia benigna, é uma investigação inovadora a nível mundial. A solução surgiu para ser uma alternativa para aqueles a quem a medicação não fazia efeito e para os que tinham indicação para ser operados apesar de terem más condições cirúrgicas. Uma injecção de botox, feita em regime de ambulatório, é suficiente para ano e meio. O tratamento está a ser objecto de estudos multicêntricos internacionais.

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