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Escolas pedem a lésbicas e 'gays' para esclarecer alunos

por ANA BELA FERREIRA

Mais de 80 escolas do País, secundárias e básicas, solicitaram à associação de jovens homossexuais a promoção de debates e explicação do tema aos adolescentes

Dezenas de escolas básicas e secundárias estão a pedir à associação de jovens gays e lésbicas para esclarecerem os alunos sobre o tema da homossexualidade e bissexualidade. Segundo avançou a associação ao DN, no ano lectivo passado promoveram debates em 40 escolas e nos primeiros meses deste ano já tiveram pedidos para 37, tendo já realizado sessões em algumas.

O objectivo é combater a desinformação e a discriminação. Inicialmente, o projecto destinava-se apenas aos alunos mais velhos do 7.º ao 12.º ano, situação que começou a mudar, pois o ano passado foram feitos debates para os alunos do 3.º ciclo. "Começámos no ano lectivo de 2004/2005 begin_of_the_skype_highlighting 2004/2005 end_of_the_skype_highlighting e até ao ano passado falávamos mais com turmas do 12.º ano", reconhece Manuel Abrantes, da direcção da "rede ex aequo" - associação de jovens lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e simpatizantes.

De ano para ano o projecto tem recebido cada vez mais convites para estar presente em escolas. "Há certas escolas onde vamos em anos consecutivos", conta o dirigente.

No início do ano, a associação envia informação sobre o projecto para os estabelecimentos de ensino e para o Ministério da Educação. "Mas o convite para irmos falar às turmas é sempre da escola", explica o responsável da rede.

Outras vezes, os voluntários do projecto educação são também convidados por outras organizações a falar para a população estudantil, mas em espaço fora das escolas. Em todas as formações é distribuído um manual para os alunos, com respostas, e um guia para os professores.

A discussão pública do casamento entre pessoas do mesmo sexo veio tornar este tema mais comum no dia-a-dia dos jovens. "Isso tornou-se assunto público e em 2008 fomos chamados a muitas escolas para falar do tema", adianta Manuel Abrantes.

Uma discussão que ajudou também a fazer com que se fale mais das questões relacionadas com a sexualidade, considera o dirigente. Por isso, "agora já não é estranho um professor convidar-nos para irmos falar com miúdos de 12 ou 13 anos", acrescenta.

No entanto, o maior interesse dos jovens durante as conferências é ouvir a experiência de cada orador. "As perguntas deles são sobre a nossa orientação e a experiência pessoal, as questões da discriminação e dos insultos", diz Manuel Abrantes. Uma tarefa facilitada pelo tom informal dos debates, já que os oradores têm todos menos de 30 anos, e tentam "que a conversa seja de igual para igual".

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