Eliana Barros: Investigar cancro da mama

Melhor aluna de Genética e Biotecnologia em Vila Real vai para a Irlanda trabalhar projecto na área de Oncologia

Quando era criança queria ser médica. Quando começou a pensar a sério no que queria ser quando fosse grande, Eliana Barros, de 23 anos, não tardou a assumir o interesse em trabalhar na área do cancro.

Na próxima sexta-feira, partirá para Belfast, Irlanda do Norte, para durante quatro anos participar no estudo do cancro da mama. E logo com um dos maiores cérebros do mundo da Oncologia: Paul Harkin.

Natural de Vila Real, Eliana licenciou-se em Genética e Biotecnologia e a seguir fez o mestrado em Genética Molecular, Comparativa e Tecnológica. Sempre na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) E sempre como melhor aluna. Durante o mestrado, fez investigação no Instituto Português de Oncologia (IPO), no Porto, o que lhe proporcionou a possibilidade de analisar a vertente humana do cancro. "É ali que conseguimos ter a certeza se temos mesmo vocação para o que queremos fazer".

No período que passou no IPO, não trabalhou no cancro da mama, mas viria a preferi-lo para o seu projecto de investigação porque sempre a "tocou bastante", até pelas implicações psicológicas associadas àquele tipo de tumor. O objectivo é encontrar "a melhor terapia para não ser necessário remover um ou mesmo os dois seios".

Trabalhar com Paul Harkin será, "para além de uma honra", uma possibilidade de "realizar investigação a um nível bastante elevado".

Quer aproveitar ao máximo a bolsa de doutoramento que lhe foi concedida pelo Centro de Belfast do Cancer Research UK, uma das maiores instituições do Mundo.

O seu projecto de investigação do cancro da mama assenta, especificamente, no tipo de tumores que possuem mutações ao nível do gene BRCA1, e, dentro deles, o efeito da degradação dos metabolitos do estrogénio, seja no caso de mulheres na fase da menopausa ou que façam tratamentos de compensação hormonal.

Eliana não arrisca prever onde irá continuar a sua carreira quando acabar o doutoramento em Belfast. "Se tiver essa possibilidade, poderei continuar no estrangeiro, mas também não excluo a hipótese de regressar a Portugal". É que, apesar do "pouco investimento que se faz no nosso país", admite que há "muito bons investigadores e bons laboratórios". Porém, "o importante é partilhar o conhecimento com todo o Mundo e que todos possam tirar partido dele".

Eliana pensa ainda que o seu sucesso será também o sucesso da UTAD. "Às vezes, desvaloriza-se um pouco, por ser uma universidade do Interior, mas verifica-se que oferece condições para ter alunos dedicados como qualquer outra no país".

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