Depois do Brasil, Portugal é o segundo destino da Bolsa de Valores Sociais. A ideia foi criada por Celso Grecco e permite comprar acções de organizações de cariz social, acompanhando depois a aplicação desse investimento.
A iniciativa foi apresentada ontem no Museu da Electricidade e conta com os apoios da Euronext Lisbon, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação EDP. O objectivo é facilitar o financiamento das instituições de solidariedade, ao mesmo tempo que se promove a profissionalização da gestão e a transparência. "Esta é uma plataforma de convergência entre quem dá e quem recebe", afirmou Isabel Mota, administradora da Gulbenkian. "Em Portugal há vontade para ajudar, mas precisamos de novas soluções." A bolsa procurará instituições e projectos que ataquem as causas dos problemas sociais e não os efeitos, recusando associações que recorram ao assistencialismo.
A partir da meia-noite de hoje, no site www.bvs.org.pt, já pode escolher investir um mínimo de dez euros em quatro organizações na área da luta contra a pobreza e exclusão social. Os projectos são muito diferentes: desde a luta contra a toxicodependência até ao apoio à Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21. O total do valor investido chegará sempre ao projecto escolhido. Com o lema "As boas acções estão sempre em alta", a Bolsa de Valores Sociais estará aberta a candidaturas de outras instituições, desde que os projectos correspondam aos critérios de selecção.
A primeira Bolsa de Valores Sociais foi criada em 2003, em São Paulo. Através dela já passaram quatro milhões de euros, que financiaram cerca de 100 projectos.
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por Nuno Aguiar
Empresas e cidadãos vão poder investir em organizações de solidariedade e gerar lucro social
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