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Água na lua marca ano de 2009

por FILIPA AMBRÓSIO DE SOUSA

Água na lua marca ano de 2009

Com o ano de 2009 a terminar, a revista Science elegeu os dez avanços mais significativos na área da ciência e investigação. Para a humanidade, uma das notícias mais marcantes é a da descoberta de água na Lua na maior da parte da sua superfície. A cura para a cegueira hereditária e reparação do 'Hubble' são outros dos eventos dos referidos na publicação

Um meio de salvar as plantas em tempos de seca prolongada; a descoberta de água na Lua; a reparação do Hubble e a detecção dos restos fossilizados com mais de quatro milhões de anos são alguns dos marcos do ano de 2009 na área da ciência. A selecção é da revista norte-americana Science, que ainda destaca uma descoberta publicada na última edição, quinta-feira, a identificação do Ardipithecus ramidus, um hominídeo que viveu há 4,4 milhões de anos na actual Etiópia", conhecido por "Ardi" e mais antigo que "Lucy, que ocupava até agora esse lugar.

A detecção de pulsares pelo Fermi - o telescópio espacial de raios gama - a reprodução dos comportamentos previstos pelos "monopólos magnéticos" ou a reparação do Hubble são outras das descobertas referidas neste top ten da revista.

No campo da medicina, a Science destaca investigadores europeus e norte-americanos que descobriram uma forma de tratar a cegueira hereditária, doença genética mortal que afecta o cérebro. Ou ainda a descoberta da ramicina, que nos ratos prolonga a vida em cerca de 20 meses e que aplicado aos humanos poderá revelar-se num prolongamento de mais de 60 anos. Na Lua, o destaque vai para a confirmação de existência de água na maior parte da superfície através da detecção de vapor de água e gelo em detritos de uma colisão de um segmento de foguetão.

A utilização de grafeno para fabricar sistemas electrónicos experimentais e o primeiro raio X a laser são outros dos marcos apontados. Numa antevisão de 2010, a publicação aponta como temas a seguir o metabolismo das células cancerosas, a utilização de células estaminais no tratamento das doenças neuropsiquiátricas e o futuro dos voos tripulados no espaço.

Uma expedição da NASA realizada a Saturno - com um instrumento norte-americano a bordo de uma nave indiana - confirmaram não só a água localizada nos pólos da Lua mas também moléculas de água em superfícies mais amplas da Lua. Assim como em Marte, embora neste caso seja menos abundante. Sendo a água essencial para a sobrevivência humana, os cientistas ficaram satisfeitos com a descoberta.

Cientistas sul-coreanos criaram uma técnica de produção de grafeno, um material que vai revolucionar as máquinas e o mundo electrónico. Esta descoberta vai ter implicações no fabrico do equipamento electrónico com futuros computadores maleáveis e ultafinos. Esta descoberta tem ainda implicações na própria roupa dos consumidores.

Investigadores constataram que a substância rapamicina - encontrada na ilha da Páscoa, no Chile - prolonga a vida dos ratos no equivalente a 60 anos de vida humana. A substância foi descoberta nos anos 70 mas este ano os médicos reformularam os medicamentos para que pudesse ser metabolizado por ratos em laboratório em 20 meses. O equivalente a 60 anos em humanos. Esta molécula é muitas vezes usada para transplantes, uma vez que evita a rejeição de órgãos.

LCLS e SLAC: o SLAC National Accelerator Laboratory (o acelerador linear de partículas de Stanford) apresentou o primeiro laser de raios X do mundo, uma poderosa ferramenta de investigação capaz de captar imagens de reacções químicas em progresso, de alterar estruturas electrónicas dos materiais e fazer muitas outras experiências numa vasta gama de áreas científicas . A máquina de raios X foi eleita este ano a melhor invenção de sempre, em 1895.

Esta descoberta - resolução de estrutura no espaço de uma molécula de receptor de ácido abscísico - vai permitir a sobrevivência das plantas em períodos prolongados de seca. Isto porque nas plantas esta resolução da estrutura no espaço de uma molécula que é crucial para ajudar as plantas a sobreviver às secas. O que poderá ajudar a melhorar os rendimentos agrícolas em todo o mundo e permitir a produção de biocarburantes em terrenos marginais.

A descoberta de combinar terapia genética com terapia molecular com células estaminais do sangue permitiu a investigadores norte americanos e europeus tratar a cegueira hereditária. Uma doença genética mortal que afecta o cérebro. A terapia foi experimentada em três jovens na casa dos 20 a nos - há um ano - e que já demonstram grandes melhoras.

Depois de cinco saídas para o espaço para efectuar o programa de reparações traçado, a tripulação do vaivém Atlantis conseguiu substituir a instrumentação avariada por novos equipamentos. As reparações realizadas nos últimos dias permitirão o Hubble continuar no activo , pelo menos durante cinco anos de acordo com as previsões da NASA. Esse será o tempo necessário para colocar em órbita o sucessor do Hubble, o futuro telescópio espacial James Webb.

Os restos fossilizados do Ardipithecus ramidus, um hominídeo que viveu há 4,4 milhões de anos na actual Etiópia e conhecido por "Ardi" foi eleita a descoberta do ano. Os seus restos precedem aos de "Lucy" - que até agora era o registo mais antigo classificado pelos arqueólogos do mais antigo esqueleto parcial conhecido como hominídeo e aproxima os investigadores do último antepassado comum a humanos e chimpanzés.

Uma nova gama de pulsares detectada pelo Fermi Telescope da NASA resolve o mistério das fontes raios gama e ajuda os cientistas a compreender os mecanismos por detrás das emissões de pulsar. Um pulsar é uma estrela de neutrões que gira rapidamente, e que mais não é que o núcleo denso remanescente após uma explosão de supernova. A maioria dos 1 800 pulsares conhecidos foram encontrados através de emissões periódicas na região espectral do rádio.

Físicos britânicos que trabalham com materiais quebráveis denominados por "vidros de spin" realizaram uma proeza ao criar ondulações magnéticas que reproduzem o comportamento dos "monopólos magnéticos" . Estes cientistas observaram pela primeira vez cargas magnéticas isoladas a comportarem-se como cargas eléctricas. Ou seja: os tais monopólos magnéticos a criar ondulações magnéticas.

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