Ministra serviu o jantar aos pobres

e sem-abrigo

CRISTIANO PEREIRA

A Festa de Natal da Comunidade Vida e Paz juntou famílias pobres e sem-abrigo em Lisboa. O JN esteve lá e encontrou a ministra do Trabalho e Segurança Social, Helena André, a servir "como uma simples voluntária anónima".

Desde sexta-feira que quase um milhar de pobres e sem abrigo têm passado diariamente pela Cantina 1 da Universidade de Lisboa para a Festa de Natal da Comunidade Vida e Paz. Mais de mil voluntários responderam à chamada para darem o seu contributo.

Não faltaram tarefas. É que nesta Festa de Natal, que hoje termina, todos os pormenores foram pensados para responder às necessidades dos mais desfavorecidos. A saber: lanches e jantares todos os dias, serviços médicos, apoio psicológico e de orientação profissional, duches, cabeleireiro, oferta de roupas e presentes, concertos de música, internet e até uma sala onde cada um pode receber massagens nos pés.

Na noite de sexta-feira, quase um milhar de pessoas desfavorecidas passaram por lá e ao som de uma banda musical esperaram o jantar servido pelos voluntários extremamente motivados e eficazes. O JN assistiu à distribuição de comida aos presentes: em cada tabuleiro havia um prato com esparguete e frango, uma canja de galinha, três pedaços de pão, uma peça de fruta e um copo de sumo de fruta. "Mas no domingo vai ser bacalhau!", regozijou-se um dos sem abrigo.

Durante o vaivém da cozinha às mesas, o JN deparou-se com uma cara conhecida, e também ela a distribuir tabuleiros com comida pelas mesas: era Helena André, a ministra do Trabalho e Segurança Social. A sua presença passou completamente despercebida junto do povo - pelos vistos ninguém a reconheceu. "A senhora ministra veio como uma simples voluntária e anónima", enalteceu, ao JN, o presidente da Comunidade Vida e Paz, Jorge Santos. "Ela veio ajudar a servir", prosseguiu, sublinhando que "não veio com ideia de fazer publicidade".

"Estou aqui em termos estritamente pessoais", disse-nos a ministra embrulhada numa t-shirt branca onde se lia "Voluntário". Helena André repetiu o procedimento uma série de vezes: pôs-se na fila dos voluntários, caminhou pelo balcão da cozinha onde encheu o seu tabuleiro, zarpou pela sala fora até ceder o jantar a alguém de estômago vazio, regressou à fila e assim sucessivamente. E o que viu nos olhos de quem serviu? "Na maior parte dos casos vi alegria e doçura que é uma coisa que me sensibiliza muito", confessou ao JN. "As pessoas não são alheias ao que estamos a fazer e isso é muito gratificante enquanto ser humano", sintetizou.

"Os voluntários são a bandeira da comunidade, são uma força incomensurável", frisou, por seu turno, Jorge Santos.

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