Lusa / SOL

Trabalhadora da Delphi despede-se
em acto de 'revolta'


Uma trabalhadora da Delphi da Guarda, que não foi despedida, contou hoje que se solidarizou com três irmãs dispensadas e, por «revolta», pediu para ser incluída no grupo que a empresa irá dispensar no primeiro trimestre de 201


A multinacional de fabrico de cablagens para a indústria automóvel já dispensou 315 trabalhadores, que cumpriram hoje o último dia de trabalho, e anunciou que vai dispensar mais 185 no próximo ano.

Helena Afonso (41 anos), que trabalha há cerca de 19 anos na multinacional de fabrico de cablagens, contou que as três irmãs - Cristina Afonso (42 anos), Estela Afonso (43) e Sílvia Afonso (31) - ficaram desempregadas e, como ficou «muito revoltada» com a situação tomou a decisão de também se despedir.

«Eu não sei se chamo a isso um acto de coragem, mas acho que é um acto de revolta», disse hoje a operária aos jornalistas, à saída da fábrica.

A mulher admitiu que tem um relacionamento muito próximo com as irmãs e está preocupada com o seu futuro, nomeadamente de uma delas que também tem o marido desempregado, tal como a Lusa contou na terça-feira.

«Vinha sempre [para a fábrica] com as minhas irmãs e trazia o carro cheio», declarou a mulher, com a voz embargada pela emoção, para justificar, a falta da companhia das irmãs, para o seu despedimento.

Aliás, disse mesmo que aquilo que «mais» lhe custa «foi ficar sozinha» na empresa, sem a companhia diária das irmãs que residem na localidade de Vale de Estrela, nas proximidades da cidade da Guarda.

Helena Afonso, casada e mãe de dois filhos, também disse que não teme o seu futuro profissional, porque para além da fábrica, trabalha «aos fins-de-semana» numa outra actividade.

«Enquanto tiver mãos para trabalhar e dignidade consigo alcançar os meus objectivos», disse emocionada, mas com muita determinação.


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