MAGALHÃES

Software para ligar computador em rede permite ensino à distância

A Plataforma Camões, software para ligar o computador Magalhães em rede, permite que um aluno doente participe nas aulas em casa e que uma turma sem professor assista à lição de outro docente sem sair da sua sala habitual.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

“Aqui não se trata de vídeo-conferência”, diz Hugo Guimarães, da Microfil, empresa que concebeu o software que permite aos computadores Magalhães funcionarem em rede. “Um menino que está em casa com varicela não vai usar videoconferência porque não quer que os colegas o vejam cheio de borbulhas. Vai preferir a Plataforma, para ver no computador o que a professora está a escrever no quadro e fazer os mesmos exercícios que ela está a dar ao resto da turma”.

O aluno “pode participar na aula em tempo real, ao mesmo tempo que os outros alunos”, realça Fernanda Ribeiro, coordenadora da Unidade Educativa da Quinta da Seara, uma das escolas que participou numa experiência-piloto para testar a Plataforma Camões.

Susana Couto, docente na mesma escola, dá outro exemplo de como o software se propõe eliminar barreiras físicas: “Se for um professor a ter de faltar, também pode pedir a um colega do mesmo ano para deixar que a sua aula seja vista pelos outros meninos”. “Basta haver um auxiliar educativo na sala”, continua, “e os meninos que ficaram sem professor podem ver o que está a ser dado na outra turma e participam nessa aula através do seu computador”.

Para Fernanda Ribeiro, as comodidades tecnológicas possibilitadas pela Plataforma Camões - como a possibilidade de o aluno enviar para o quadro geral aquilo que escreveu no seu computador sem sair da secretária - não têm de representar “sedentarismo” nem o descurar de outras componentes lectivas.

“Só em metade da aula é que usamos os Magalhães e a Plataforma Camões”, declara a docente. “Não deixámos de nos preocupar com a parte normal da aula, em que o aluno vai ao quadro, desenvolve a iniciativa, aprende a ler e escrever e treina a caligrafia”.

Susana Couto, que também lecciona na escola da Quinta da Seara, observa que a iniciativa individual das crianças “até pode melhorar” com recurso ao novo software da Microfil, graças à funcionalidade “Dedo no Ar”.

Quando um aluno activa essa tecla no seu computador, a sua fotografia aparece no quadro interactivo visível por toda a turma.

“Alguns meninos eram mais tímidos”, conta Susana Couto, “mas ficaram mais à vontade quando perceberam que podiam usar a tecla do computador para chamar a atenção da professora”.

“Estes recursos tecnológicos são bons sobretudo para crianças que não gostam de ler nem escrever”, acrescenta Fernanda Ribeiro. “Preferem usar o computador, gostam de mexer no rato, já chegam à aula a perguntar se podem tirar trabalhos da 'pen' para os passar aos colegas”.

“Mas isto não substitui nada”, conclui a professora. “É só uma óptima ferramenta de trabalho, que motiva imenso os alunos e facilita o nosso trabalho”.

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