Discurso directo
“Assumi-me gay para evitar piadas ridículas”
Belmiro Pimentel, Dirigente do Sindicato Unificado de PolíciaCorreio da Manhã – Em poucas palavras, como resume a sua vida profissional na PSP?
Belmiro Pimentel – Tenho 34 anos e estou na PSP há 11. Passei o primeiro ano na ilha Terceira, nos Açores, e há dez que estou noPorto. Estive algum tempo num grupo que fiscalizava restaurantes e agora estou na patrulha.
– Pessoal e profissionalmente, quando se assumiu homossexual?
– Há cerca de sete anos. Assumi--me gay para evitar piadas ridículas e comportamentos estereotipados que me desagradavam. Não me sentiria bem não o fazendo.
– O que pretende o Grupo de Trabalho XY, criado no âmbito do Sindicato Unificado de Polícia?
– A nossa apresentação pública foi num seminário neste fim-de-semana, noPorto. Publicamente, queremos fazer perceber que todos são iguais, acabando assim com as visões fáceis e arruaceiras.
– E na PSP, o que pretendem fazer alterar?
– Queremos que na corporação comecem a olhar para os agentes como profissionais e não sejam apontadas falhas pela condição sexual. Nunca vai haver uma estatística correcta do número de gays na PSP. Por isso, compete-nos analisar o fenómeno sociologicamente, o que já estamos a fazer.
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