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Tecnologia

Português revoluciona transmissão de dados

por PEDRO SOUSA TAVARES

Daniel Fonseca desenvolveu uma forma de duplicar a capacidade de transmissão das redes de fibra óptica, imprescindíveis para serviços como a Internet, a televisão ou as comunicações móveis 3G. O invento do engenheiro português foi desenvolvido no âmbito de uma tese de doutoramento do Instituto Superior Técnico e não implica custos acrescidos.

Tentar "resolver problemas" e encontrar "alternativas mais eficientes" para todo o tipo de dispositivos electrónicos já era um passatempo para Daniel Fonseca muito antes de se tornar numa perspectiva de carreira. "No nosso liceu, as Oficinas de São José, em Lisboa, conseguimos fazer uma estação de rádio sem nunca termos uma antena. Basicamente, utilizámos a estrutura eléctrica do edifício todo como antena. Não tinha grande alcance, mas já dava para cobrir a área de toda a escola."

Agora, aos 32 anos, este engenheiro electrotécnico do departamento de investigação da Nokia/Siemens é responsável por um conjunto de patentes, em fase de desenvolvimento para o mercado, com potencial para revolucionarem as transmissões de dados em fibra óptica. Um invento desenvolvido no âmbito de uma tese de doutoramento que concluiu no Instituto Superior Técnico (IST) e que permite duplicar a sua capacidade sem perda de qualidade e com poucos custos adicionais.

A fibra óptica, para a qual o Governo português negociou recentemente empréstimos internacionais da ordem dos 800 milhões de euros, é uma forma de transmissão de dados através da luz, que ocupa um papel cada vez mais imprescindível em serviços como a Internet, a Televisão e as comunicações móveis de 3.ª geração.

E as "soluções" propostas pelo investigador lisboeta, caso "provem os seus méritos" na difícil competição internacional da inovação tecnológica, interessam ao mundo inteiro.

As patentes desenvolvidas por Daniel Fonseca consistem no recurso a novas técnicas de modulação óptica e processamento electrónico que permitem aumentar a eficácia da fibra óptica sem ter de alterar as redes existentes. "A solução que foi proposta é híbrida", explica. "Utilizando os recursos de transmissão que existem hoje em dia e mudando só o transmissor e o receptor, os pontos terminais da rede, consigo aumentar significativamente o seu desempenho."

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